segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Filme: "CIRCULO DO MEDO/CABO DO MEDO"

Titulo Original: Cape Fear (1962)EUA

Sinopse:
 Assim que sai da cadeia, Max Cady (Robert Mitchum) começa a perseguir um advogado que testemunhou decisivamente a favor de sua condenação no tribunal. Psicótico e perigoso, Max é uma ameaça para Sam Bowden (Gregory Peck) e toda sua família. Voltando para se vingar deliberadamente o advogado, que tomou parte de sua prisão perdurada por 8 anos.

TRAILER:
 


GREGORY PECK E ROBERT MITCHUM

Sam Bowde (Gregory Peck)

 Dois atores já consagrados do cinema, enfrentando um dos maiores filmes de suspense do século. Uma fórmula química explosiva, e fácil de se acender, por um lado Peck, interpretando o advogado conceituado Sam Bowden. Um papel que coube perfeitamente ao conceituado ator, e que foi decisivo para trama da história. Sam é um homem protetor, tradicional, casado com Peggy, com quem construiu uma família. Dedicado aos cuidados de sua filha Nancy.
Max Cady ( Robert Mitchum)
 Com a trajetória de Peck, nenhum ator cairia melhor ao papel, o seu nome já era reconhecido pelos quatro cantos do mundo, sempre consagrado como referencia de ótimas atuações, ou seja, agora como um advogado, não seria diferente sua presença marcante nas telas. Mitchum do outro lado do pavio, o fogo que se acenderia a que este filme se tornaria um clássico, com uma lista grande de atuações, reconhecido por atuar em diversos papéis no "cinema noir", uma face marcante, com traços fortes, olhar penetrante, que nos leva ao lado sombrio de Max Cady. É como se realmente Mitchum tivesse passado oito anos na prisão, pois ja tivera estrelado em mais de 20 filmes, é como se "sacasse" cada passo pra fazer de Cady um frio, irônico, desregrado e psicopata.

ATORES:

 Gregory Peck (Sam Bowden)

  Nascido em 05 de abril de 1916 em L.A. Gregory Peck iniciou a carreira no teatro mas ficou mais conhecido pelo seu trabalho no cinema. Protagonizou diversas adaptações cinematográficas realizadas a partir de grandes obras literárias, nas quais encarnou personagens heróicas, demonstrativas de seu valor na superação de sentimentos e incertezas: "As Neves do Kilimanjaro" (1952), baseado na obra de Ernest Hemingway, "Moby Dick" (1956), baseado na obra de Herman Melville.
 Peck durante muitos anos foi um grande astro de filmes de ação: obteve êxito em westerns como "Duelo ao Sol" (1946), "Da Terra Nascem os Homens" (1958) e, mais recentemente, em "Gringo Velho" (1990). E atuou em filmes de guerra como "Os Canhões de Navarone" (1961). Mas esteve em comédias também, como "Com o dinheiro dos Outros" (1991).
 Peck representava o último dos homens de bem numa época em que o bom-mocismo havia se tornado, em Hollywood, algo meio démodé. Em Quando Fala o Coração, de Hitchcock, ele interpretava um amnésico acusado de homicídio submetido a tratamento freudiano. Em "Duelo ao Sol", Peck e Jennifer Jones, num embate de atroz sensualidade, davam vazão a todos os tipos de pulsões do freudismo hollywoodiano. Mas Eldred Gregory Peck parecia pertencer a uma outra época. Ele logo se firmou como guardião dos ideais (perdidos) do "american way" e, à medida que pôde começar a escolher os filmes que iria protagonizar, passou a se ater cada vez mais a papéis edificantes, personagens cuja decência e elegância já não podiam ser dissociadas da aura cultivada pelo ator californiano. Alto, elegante, discreto e sumamente decente, Peck, que aprendeu a gostar de cinema com a avó, parecia ter herdado a aura dos heróis clássicos hollywoodianos que tanto admirara na infância.

Gregory Peck e Hillary Clinton

Morte:
  Sua morte foi anunciada em Los Angeles no dia 12 de junho de 2003, uma quinta-feira. Segundo sua mulher Veronique, que estava ao seu lado, "ela estava segurando sua mão, ele fechou os olhos, dormiu e se foi".



 Robert Mitchum (Max Cady)

Nascido em 06 de agosto de 1917 em Bridgeport. Sua mãe, Ann Harriet, era um imigrante norueguesa filha de um capitão do mar, e seu pai, James Thomas Mitchum, foi um estaleiro e operário de estrada de ferro. Seu pai morreu quando ele tinha menos de dois anos de idade e sua mãe logo se casou novamente.
Mitchum durante toda a infância, era conhecido como um brincalhão, muitas vezes envolvido em brigas e travessuras. Quando tinha 12 anos, sua mãe enviou-o para morar com seus avós em Felton, onde foi prontamente expulso da escola por discutir com um diretor. Um ano depois, em 1930, ele foi morar com sua irmã mais velha, em Nova York. Depois de ser expulso novamente da escola, ele deixou a irmã e viajou por todo o país, em vagões de trem, tendo trabalhado em diversos empregos, incluindo de pugilista profissional.
Aos 14 anos em Savannah, Geórgia, ele foi preso por vadiagem. Por conta própria, escapou e voltou para sua família em Delaware. Foi durante esse tempo, enquanto se recuperava de ferimentos que quase o fez perder uma perna, que conheceu a mulher com a qual iria se casar, a adolescente Dorothy Spence. Logo ele voltou para a estrada.
 Em 1936, voltou para a casa da sua irmã Julie. Logo o resto da família se juntou a eles em Long Beach. Sua irmã foi quem o convenceu a participar do teatro local com ela. Ali participou de algumas peças e também escreveu algumas. Em 1940 casou-se com Dorothy, logo nasceu o primeiro filho do casal, o que fez com que Robert arrumasse um emprego estável como operador de máquinas.
 Mitchum acabou por ter um colapso nervoso, que causou até um cegueira temporária, devido ao estresse do trabalho. Por causa desse problema, ele ficou livre para procurar emprego como ator ou figurante em filmes. Ele então, conheceu um agente que lhe arrumou uma entrevista com o produtor da série de filmes western Hopalong Cassidy, foi então contratado para ser o vilão em alguns filmes de 1942 e 1943. A partir dai sua carreia decolou.




Morte:
 Morreu no ano de 1997, devido a complicações do câncer de pulmão e enfisema, no dia 01 de julho, sairia de cena, considerado como um dos melhores atores da época dourada de Hollywood, amplamente lembrado por seus papéis em várias obras importantes do estilo de "filme noir", e é considerado um precursor do anti-heróis no cinema predominante durante os anos 1950 e 1960.


  Polly Bergen (Peggy Bowden)

 Nascida em 14 de Julho de 1930 em Knoxville. Filha de Lucy Lawhorn e Hugh William Burgin, um engenheiro de construção.  Em 1965, ela criou um Polly Bergen Co. Linha de cosméticos. Ela também trabalhou no ramo de marcas de jóias e sapatos e foi o autora de três livros sobre beleza.
 Bergen converteu ao judaísmo, depois de ter se casado com o agente de talentos de Hollywood Freddie Fields, com quem teve um filho biológico e dois filhos adotados. Teve dois outros casamentos, no seu terceiro com Jeffery Endervelt, terminou em divórcio em 1990.
Polly Bergen Hoje
 Teve vários papéis em filmes, alguns deles ao lado de Jerry Lewis e Dean Martin, teve uma carreira bem sucedida, principalmente na tv, aparecendo em diversas séries e almejando prêmios. Um fato curioso é que fez muitos comerciais da pepsi, nos anos 50 sendo até considerada "Pepsi-Cola Girl".
  Em o Cabo do Medo, desempenhou um papel fundamental para o enredo, contracenando com Peck, uma esposa sábia e companheira, e com Mitchum, cenas inesquecíveis.
 Ela se encontra na ativa, de 2007 a 2009, Bergen teve uma aparição em "Desperate Housewives" como a mãe de Lynette Scavo 's, Stella Wingfield, que lhe valeu uma indicação ao Emmy.
 Ela sempre esta nas telinhas, basta estarmos atentos, os papéis dela em séries, são de grande relevância.



 Lori Martin (Nancy Bowden)
   Nascida em 18 de abril de 1947 em Glendale. Ela nasceu às 10:02, e quatro minutos mais tarde, sua irmã gêmea,Dorée, chegou. Como Martin pesava apenas 5 quilos e media apenas 18 centímetros ao nascer, ela passou as primeiras semanas de sua vida em uma incubadora, durante os quais sua sobrevivência foi um pouco duvidoso. Seu pai era Russell C. Menzer (1916-1999), um MGM e Warner Brothers artista comercial e diretor de arte.Ela tinha um irmão mais novo, Stephen Menzer, e uma irmã mais velha, Jean Marek.
 Quando ela tinha seis anos, sua mãe levou-a para um agente especializado em crianças atores e atrizes, pensando que a realização poderia ser uma saída saudável para ela. Mais tarde, quando perguntou o que a inspirou a ser atriz, Martin disse que "o melhor momento da minha vida foi quando eu tinha uns quatro anos. Doree e eu tive que ir morar com minha tia em Ponca City, Oklahoma Minha mãe ficou doente e Papai teve que ir trabalhar todos os dias, então não podíamos ficar aqui. Eu não quero voltar. Eu chorei e chorei. Foi quando eu decidi, que se eu tivesse que voltar, eu iria ser atriz,eu comecei a receber imediatamente as peças, eu simplesmente adorei. " 
 Depois de aparecer em diversas séries de tv da época, inclusive no programa considerado o mais famoso da tv americana Ed Sullivan, alavancou sua carreira em ser escalada para o filme O Cabo do Medo.  Martin disse mais tarde que ela entregou o seu melhor desempenho em seu papel de Nancy, mas teve pesadelos durante semanas após a filmagem da cena em que sua personagem é perseguido por Cady.
 Logo depois do Cabo do medo, lançou um single, e continuou a aparecer na tv. Durante a década de 1970, Martin decidiu colocar sua carreira em segundo lugar,a sua decisão foi a de que "eu estive no negócio há tempo suficiente para saber que tinha sido estereotipada. Minha mãe estava com a saúde debilitada e eu senti que eu tinha trabalhado a partir de uma idade tão adiantada que eu poderia tomar alguma tempo fora e obter uma educação universitária ".Alguns anos mais tarde, ela tentou reativar sua carreira, mas, infelizmente, sem sucesso.
 Martin casou mais tarde, Charles Breitenbucher, teve um filho, Brett, e se mudou para Westlake Village, Califórnia, sob o seu nome (casado) real, Dawn Breitenbucher, e começou a filantropia relacionada a natureza. Ela mais tarde mudou-se para Oakhurst. Um grande choque na vida dela, foi a perda de seu marido em 1999.

Foto Antiga e "Mais Recente"
Morte:
 Lori Martin morreu em 04 de abril de 2010 em Oakhurst, Califórnia. Malcolm James, um amigo do filho de Martin, Brett, afirmou que Martin tinha sofrido de problemas de saúde desde a morte de seu marido em 1999 e morreu de uma doença relacionada com transtorno bipolar.


INGREDIENTES PARA O SUCESO

Diretor
 O filme consiste em cenas, impressionantes, um suspense que até então nunca fora abordado com tanto afinco, muitos o vêem como um gênero “noir”, que fez muito sucesso na década de 40, mas os cinéfilos de plantão sabem que o suspense, nada mais é que um derivado do cinema noir. O grande diretor J. Lee Thompson, nos apresenta cada detalhe com um olhar estarrecedor, elevando o suspense a cada etapa do filme.
 Thompson, já era um diretor conceituado, e já havia trabalhado com Gregory Peck, antes, o que tornou as coisas mais fáceis. Mas neste filme ele nos mostra uma face dele, como diretor, fantástica, ele faz um gesto simples de virar a maçaneta num clima de terror fenomenal. Mesmo sendo fã declarado de Hitchcock, em O Cabo do Medo, tal como todos os grandes diretores ele deixa sua marca única, diferente de todos os suspenses hitchcockianos.
Bernard Herrmann
 A parte musical do filme, é mais um marco na história do cinema. Bernard Herrmann, já reconhecido pela sétima arte, com o seu plano de fundo sempre marcante, completa o filme o tornando uma obra de arte. Dentre suas obras musicais estão por exemplo a famosa musica do filme Psicose. Hermann nasceu em 29 de junho de 1911 na cidade de New York, ele contribuiu muito com o cinema, e também com temas de series pra TV. A musica do cabo do medo foi fortemente feita com a intenção principal de passar o instinto assassino de Max Cady. Hermann nos deixou cedo, faleceu em 24 de dezembro de 1975.
 Graças a Bernard foi possível dar uma roupagem totalmente diferente aos filmes de suspense, que hoje em dia é de certa forma obsoleto ter um grande musical num filme de suspense, pois todos os efeitos especiais, encobrem qualquer talento, tanto do diretor, dos atores e mais ainda dos compositores. O Cabo do Medo, não seria o mesmo sem o "tempero" de Hermann.


REMAKE:

Foi feito em 1991 um remake do filme original, que não foi nada mais e nada menos, do que mais um produto de mercado, como a maioria dos filmes relançados, ou seja pegam os ingredientes do filme antigo, adiciona os absurdos dos efeitos novos que podem ser feitos, e com roupagem nova é colocado no cinema, para que simplesmente a formula antiga, como funcionou, de certo novamente com os novatos da sétima arte.
No filme de 1991, os atores escalados foram:



Robert De Niro .... Max Cady
Nick Nolte .... Sam Bowden
Jessica Lange .... Leigh Bowden
Juliette Lewis .... Danielle Bowden



Robert Mitchum (Max Cady)
Nick Nolte foi o de menos relevância em questão de atuação, é evidente, que nada se compara com os atores originais, mas ele não conseguiu nem um pouco chegar ao contraste do personagem Sam Bowden que Peck conseguiu com muita audácia. Quanto a Robert De Niro, é um caso a ser argumentado, pois a atuação dele é muito boa pra essa refilmagem, mas ele apenas consegue chegar próximo ao personagem Max Cady, nada mais, ou seja, não agrega outros valores que os atores conseguem colocar da personalidade pessoal com o personagem, tal como foi bem posto em prova com Robert Mitchum. Claro que Mitchum já em 1962 tinha uma grande bagagem em relação a thriller’s, ou seja, De Niro apenas fez o seu papel, na minha opinião.
Robert De Niro (Max Cady)
 Algo a se ressaltar no remake, é o papel da “menina”, a principio feito pela atriz Lori Martin, que retrata mais a parte infantil, dando uma visão de terror adaptado a imaginação da garotinha, em função de acontecimentos que mudam a vida da personagem, e percebe-se vendo o filme que Martin com seu olhar infantil nos passa estar aterrorizada com a atuação magnífica de Mitchum. Já na nova verão a personagem tem um outro nome: Danielle, e com isso, uma mudança radical de personalidade do personagem, pois quem a interpreta é Juliette Lewis, que nos mostra uma pré adolescente, ( não mais criança como a do filme original) que esta “aberta” a novas experiências, tal como no âmbito sexual, tanto que em certos pontos do filme ela deseja Max Cady, ou seja, ela se contradiz entre “mocinho ou vilão”. A interpretação de Lewis é completamente envolvida com o lado sexy do filme, que anteriormente não foi expressado por parte da garotinha, e sim apenas por Cady. Com essa única diferença entre o filme original e o remake, despontou Juliette Lewis para o sucesso, que por conta desse filme foi indicada ao Oscar.


Lori Martin (Nancy Bowden e Cady)
Juliette Lewis (Danielle Bowden)


 Quanto Jessica Lange, que interpretou a mãe, nada a se relatar, foi expressiva tal qual o seu papel, alguns afirmam que ela foi um pouco mais ativa como Leigh Bowden, do que Polly Bergen, mas não creio, tendo em vista que as duas personagens lidaram com filhas diferentes, acredito que o posicionamento de mais preocupação da “nova” Leigh, se deve ao fato da filha ser hiper rebelde e se posicionar de forma contraditória.
 Curiosamente os atores Gregory Peck, Robert Micthum e Martin Balsan, fizeram participaram do filme de 1991, como:

Robert Mitchum (Tenente Elgart)
Gregory Peck    (Lee Heller)
Martin Balsam   (Juiz)


CONSIDERADO UM DOS MELHORES FILMES DE SUSPENSE DE TODOS OS TEMPOS!



2 comentários:

  1. Gosto mais da versão clássica de J. Lee Thompson, embora considere a versão mais moderna, interessante. Falando da clássica,acho brilhante a maneira pela qual J. Lee Thompson conduz a trama de maneira a nunca deixar claro se o personagem Max Cady (Robert Mitchum )está debochando por um sentimento sádico de vingança ou se é apenas um psicopata. A completa perplexidade do personagem Sam Bowden, é a escada dessa dúvida , o que torna o desenvolvimento da trama, muito interessante até o seu desfêcho. Um dos melhores thrillers psicológicos do cinema americano ao meu ver.

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  2. Na versão Cabo do Medo ha uma cena inverossimel que comprometeu
    todo o filme, quando Max Cady (Niro) acompanha a familia do advo
    gado por baixo do carro?!! Dai pra frente o filme deixou de ser
    interessante.

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